O Passado e o Futuro - O Progresso - Léon Denis - [CAP06] - Espiritismo - Audiobook Espírita

...Após cada passo para frente, vê-se o espírito de egoísmo e de dominação se erguer sobre sua passagem, porém sempre em vão...

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Capítulo VI - O Passado e o Futuro - Conclusão

Na primeira parte deste estudo, seguimos a marcha do progresso através dos séculos. É uma dolorosa história: a humanidade conquistando, pela luta, pelo sangue, à custa de lágrimas e suplícios, seus direitos e suas liberdades.
Após cada passo para frente, vê-se o espírito de egoísmo e de dominação se erguer sobre sua passagem, porém sempre em vão.
Apesar da tortura e da fogueira, apesar do patíbulo, apesar dos massacres, pedaço por pedaço, os direitos do pensamento e da consciência se revelam e se afirmam. Cada geração traz seu tributo de dores, de trabalho, de esforços e a herança comum aumenta sem cessar.
De século em século, o homem, por seu gênio, triunfa sobre os obstáculos acumulados em sua rota, livra-se da sombra das superstições e se eleva para a luz. Ele descobre as leis eternas e as realiza nas instituições sociais. Pouco a pouco, as velhas iniqüidades desaparecem. A escravidão, o servilismo e a tortura desaparecem, um após o outro. A ignorância diminui, a liberdade aparece em alguns pontos do globo e, no meio desses prodigiosos esforços, acima dos diversos organismos sociais – tribos, raças, cidades, reinos, impérios – alguma coisa maior se elabora e se desenvolve, lentamente, através dos tempos: é a civilização que, após ter sido sucessivamente asiática, grega, romana e ocidental, tende a se tornar universal, unindo os povos numa aspiração comum, para formar o grande ser coletivo, o Ser Humanidade.
Todavia, se o tempo de servidão, de esmagamento, tem fim, se um mundo novo se prepara, nós, que aproveitamos das conquistas da ciência, nós que vivemos nos tempos melhores, não esqueçamos aqueles que, nas sombrias épocas da História, prepararam, no sofrimento e nas lágrimas, os benefícios que gozamos hoje. Não esqueçamos os pensadores, os lutadores austeros que morreram na luta, que caíram combatendo pelo direito e pela verdade.
A democracia e a ciência, também elas, têm seu calendário, eu digo, seu calendário, e têm seu panteon sublime, o panteon que esses grandes mortos habitam, esses poderosos espíritos que planam acima de nós e que nos inspiram!
Veneremos esses mortos gloriosos. Honra a vós, ilustres mártires, que sofrestes por todas as idéias úteis, fecundas e generosas. Para vós, ilustres mártires, que consagrastes vossas vigílias, vossa saúde e vossa vida na busca dos grandes problemas; para todos vós que, pelo bem da humanidade, fostes perseguidos e torturados, mortos nos calabouços e nas forcas, honra para todos vós em todos os séculos! Vossa obra não está perdida, oh! não! O que criastes na dor nós recolhemos e essa herança sagrada nós conservaremos preciosamente e transmitiremos, engrandecida e aumentada, aos que vierem depois de nós.
Assim como o passado prepara o presente, este, que somos nós, deve preparar o futuro; eis aí a lei da imensa solidariedade que une todos os tempos e todas as raças.
Nossos antepassados lutaram por nós, trabalhemos, por nossa vez, para nossos descendentes. Aliás, não conhecemos todos os segredos do passado. Quem sabe se não chegaremos um dia a colher na paz e na alegria o que semearmos na dor. Tudo se encadeia na vida dos seres e na história do mundo; cada século e cada geração têm seu papel fecundo e glorioso.
O século XVI viu o renascimento das artes e o sentimento do belo emergir da noite da Idade Média. O século XVII foi a eclosão do pensamento, o século XVIII viu o triunfo da razão, a grande revolução, e o século XIX é o século da ciência.
O século XX, que está próximo, será o complemento, o coroamento dos séculos anteriores. Escutai os surdos rumores que rompem de todas as partes. Por todos os cantos os povos se agitam, ansiosos para sacudir a antiga opressão monárquica e clerical. A Europa está em armas, é verdade, milhões de baionetas brilham ao sol, porém as nações não suportam mais essa situação que as arruína. Elas voltam as costas ao espírito de conquista e se dirigem aos homens de pensamento.
O despotismo estertora e o velho mundo agoniza. O gênio do nosso país se separa das correntes seculares de Roma e convida os povos para fundar a nova era, a era da concórdia, do trabalho e da pacificação universal.
Apesar de todos os egoísmos, essa era aparecerá, porque a corrente da civilização ali chegou tão necessariamente como os cursos d’água chegam ao mar.
Dia virá em que todos os flagelos, criados pelo erro, morrerão. A guerra cessará, as superstições se extinguirão, a forca desaparecerá. O saber regenerará o mundo e, diante dessa grande luz, os preconceitos seculares, os ódios entre as classes e entre as nações desaparecerão, como as brumas matinais diante do sol de julho.
Esses tempos ainda estão longe, dirão! Não muito longe, responderei eu, se soubermos prepará-los, não tão longe se nos tornarmos dignos deles, nós e todos os nossos semelhantes.
Não basta se dizer republicano; é preciso que o sejamos pelos costumes e pelo caráter; é necessário que cada um de nós trabalhe para se instruir, para se moralizar e para se tornar melhor.
Que cada um espalhe em torno de si idéias de justiça e de solidariedade e o futuro será nosso. Tenhamos confiança. Que todos cumpram seu dever. A grande lei da vida é o trabalho, é o progresso, cumpramo-la!
Todos unidos, de mãos dadas, marchemos juntos para o futuro e que nossa divisa seja:
“Para frente, sempre para frente e para o Alto!”

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