O Progresso Social - O Progresso - Léon Denis - [CAP04] - Espiritismo - Audiobook Espírita

...questão social, assunto vasto e complexo que, para ser tratado com algum desenvolvimento, exigiria muitas horas. Limitar-me-ei a indicar somente as soluções que me parecem ser as mais práticas e mais de acordo com o espírito de justiça.

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Capítulo IV - O Progresso Social

Após a questão política se ergue a questão social, assunto vasto e complexo que, para ser tratado com algum desenvolvimento, exigiria muitas horas. Limitar-me-ei a indicar somente as soluções que me parecem ser as mais práticas e mais de acordo com o espírito de justiça.
Pretensões apaixonadas atraíram, durante algum tempo, a atenção pública para essas questões. Essas reivindicações já produziram protestos numerosos no próprio seio da classe operária e delas não me ocuparei. Tratarei somente das reclamações que considero legítimas, do operário honesto, laborioso, que desejava assegurar sua velhice contra a miséria, que desejava preparar-se para essas eventualidades lamentáveis chamadas recesso, doença e os encargos de família. Isto não é um direito sagrado do trabalho?
Um perigo ameaça, ao mesmo tempo, o progresso social e a república: é o envolvimento do trabalhador pelo clericalismo. Vós não ignorais os apelos melífluos que a imprensa católica apresenta à classe operária e à instituição dos círculos católicos de operários; os discursos pronunciados nos congressos de Chartres e de Augers vos oferecem a medida do que se pode esperar desse movimento.
A massa dos trabalhadores tem muito bom senso para se deixar prender nessas armadilhas, pois não ignora o que eram as corporações e seus dirigentes do passado, não tendo nenhuma infantilidade de desejá-las restabelecer. Seja como for, os republicanos influentes, os dirigentes de indústria têm o dever de se ocupar com o trabalhador, de corresponder às suas aspirações, quando se apresenta de uma forma calma, pacífica, moderada. Uma grande responsabilidade pesa sobre os favorecidos da sorte; o fato de que eles têm mais recursos e conhecimentos lhes impõe maiores obrigações. Digamos que muitos dentre eles deram nobres e generosos exemplos.
Os Ménier, os Godin de Guise e tantos outros, fazendo seus trabalhadores participarem nos lucros da produção industrial, estabelecendo para eles e suas famílias moradias higiênicas e escolas gratuitas, demonstraram o que se precisava fazer para o bem-estar e o aperfeiçoamento físico, intelectual e moral da maior parte.
Onde a participação dos lucros não é aplicada, a associação cooperativa vem resolver o problema e aí está o grande segredo do futuro, pois só o princípio de associação transformará o mundo.
É um dos fatos mais notáveis de nossa época essa tendência, sempre crescente, em substituir o esforço isolado pelo esforço coletivo. As forças se agrupam, os capitais se associam, os interesses se unem e, graças a esse grande movimento, a sociedade vê aumentar seu poder e seu bem-estar, avançando com o passo mais rápido para uma distribuição eqüitativa dos recursos após o trabalho de cada um.
Se considerarmos o que já produziu o princípio de associação nas inumeráveis instituições de previdência e mutualidade – seguros de vida, câmaras sindicais e bancos populares, tais como funcionam na Alemanha e na Itália, sociedades cooperativas de produção e de consumo –, ficaremos admirados com o desenvolvimento colossal dessa idéia. O que ela criou é ainda pouca coisa em comparação com o que ela pode realizar no futuro.
Entretanto, se a essas criações acrescentarmos as reformas nascentes, as leis protetoras da associação, as caixas de auxílio para os inválidos do trabalho, a reforma do imposto, em seguida a instrução ampla, a questão será bem simplificada, se não for resolvida.
A humanidade marcha para a solidariedade e não para a divisão. Essa grande idéia de associação germinou durante muito tempo na sombra; atualmente ela começa a crescer, trazendo seus frutos. Os trabalhadores não têm o que destruir, mas transformar. Eles têm a quantidade e a eleição; se souberem limitar suas pretensões dentro dos limites do direito e da justiça, o seu sucesso é apenas uma questão de tempo e de paciência. A vitória está assegurada num futuro próximo.
A questão social não comporta somente a melhoria da sorte do operário; ela visa também a mulher, para quem uma instrução insuficiente, baseada em superstições religiosas, tem o apoio dos representantes do passado. Nela existe uma força imensa perdida pelo progresso.
Realmente, a mulher é dotada de qualidades inatas, de faculdades e aptidões que, em muitos pontos a tornam superior ao homem. Bastará desenvolver essas qualidades com uma instrução séria, por uma educação forte que retire de seu espírito os preconceitos, as sombras da superstição, e que a coloque à altura do espírito do homem.
Então a família estará unida; então a mulher, transformada, por sua vez, em defensora da causa do progresso, saberá educar gerações viris e contribuir para assegurar o futuro que, sem ela, sem sua participação, seria sempre precário e incerto.


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